quinta-feira, 10 de julho de 2008

Fazer pão





Então que eu tenho um pé na cozinha, ou melhor, um coração inteiro. Adoro fazer coisinhas gostosas para agradar as pessoas queridas. Sempre faço as vontades, acho que isso é de minha natureza, gosto de mimar quem eu amo. E cozinhar tem tanto charme quanto escrever. Quem não gosta do filme "Como água para chocolate", ou o próprio "Chocolate" mesmo por exemplo, melhor ir ler outro blog! :) . Eu vejo poesia nessa história de cozinhar e misturar ingredientes, encantar pessoas. E como ando em busca de poesia, resolvi revisitar um livrinho muito gostoso que eu adoro. E que ensina a fazer pão:

"Aprendi diversos tipos e uma só regra: fazer pão é como se apaixonar. É preciso sentir os ingredientes. A cócega que a farinha provoca na palma da mão, o deslizar da manteiga, o fermento que é fino mas pesa um pouco e gruda nas linhas das mãos. Depois, dedicar atenção à sova, ao amassar vigoroso. O repouso da massa aproxima os cozinheiros dos escritores. Assim como um texto precisa descansar as palavras por um tempo antes de ser apreciado por olhos alheios, a massa pálida do pão precisa ficar só para se fazer magia. Estufada, com o dobro do tamanho e uma textura areada está quase pronta. Dependendo do forno, dá para fazer até dois tipos de milagre ao mesmo tempo."


Cristiane Lisbôa. In: Papel manteiga para guardar segredos: cartas culinárias. Rio de Janeiro: Memória Visual, 2006. p.33

E eu estou procurando os dois outros livros da Cristiane Lisbôa, se alguém souber onde eu posso encontrar para comprar, me avisa!

One Art

The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.

-- Elizabeth Bishop

Primeiro vôo

Apesar de ser Pipa, eu não sei voar, mesmo que quase sempre eu tenha tantos sonhos em minha mente, que ela quase nunca fica quieta em um só lugar. Talvez tudo isso seja só uma tentativa de descobrir um caminho. Cheio de poesia, pode apostar.