quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Never let me go

Never let me go. Não me abandone jamais.

Já tinha me apaixonado pelo escritor Kazuo Ishiguro quando li The remains of the day e ontem quando finalmente vi Never let me go esse amor só se confirmou.
É um filme que faz pensar, definitivamente. Acho que o choque que é imaginar o futuro desse jeito, com clones criados exclusivamente para doar seus órgãos, é quase como um soco no estômago. Acredito que Ishiguro conseguiu de fato mostrar e nos convencer de que não podemos brincar de Deus, não sabemos as consequências.
É impossível não se encantar pelos personagens e sentir pena do destino que não escolheram. E até o último minuto fiquei esperando que eles fossem conseguir a chance de viver. Infelizmente, nesse futuro guiado por seres humanos egoístas, não há lugar para viver um amor. Não há lugar para viver.
Chorei tanto no final e depois achei melhor que não fosse o final feliz que eu estava esperando. Porque no fundo a gente sempre espera que um final perfeito vá resolver tudo, quando na verdade não vai. E a realidade mais pura e simples foi retratada por Ishiguro de forma a ser, sim, um soco no estômago, como se nos perguntasse: quem vocês pensam que são?
Acho que vale muito a pena ver esse filme para refletir.

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