sábado, 20 de abril de 2013

A redoma de vidro





“I took a deep breath and listened to the old brag of my heart. I am, I am, I am.”

Há tempos esse livro me espera aqui na minha estante, e eu nunca achava que fosse o momento. Mas ainda sigo acreditando que há o momento certo para cada livro que cruzará nosso caminho, por algum motivo. E talvez nunca estejamos realmente preparados para ler A Redoma de Vidro. Não porque a leitura seja difícil; o texto de Sylvia Plath flui elegantemente como uma correnteza, um turbilhão de ideias e emoções, e não conseguimos sair dele. Não conseguia parar de ler.

Já sabia que seria um livro triste, mas foi muito diferente de um romance comum sem final feliz. Passei dias digerindo essa história, a história mesmo de Plath, e só tenho a dizer que me marcou profundamente, que despertou em mim a maior compaixão. Tanto que fui pesquisar sobre a vida dela e tudo do livro foi ficando ainda mais claro.

É isso que Sylvia Plath faz em sua escrita: puxa uma cadeira para que o leitor se aproxime e se sente perto dela, sinta sua dor, sua angústia, como em uma conversa entre amigos. E quando a gente termina de ler, fica o mesmo vazio de quem perdeu o lugar na mesa.

Plath escrevia maravilhosamente e A Redoma de Vidro, além de uma demonstração clara de sua genialidade, é um grito de socorro em cada página. Pena que não foi ouvido.

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