quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Hugo


Entre os muitos filmes em cartaz no momento tendo em vista a proximidade do Oscar, destaca-se A invenção de Hugo Cabret, dirigido por ninguém menos que Martin Scorsese. O filme conta a história do jovem órfão Hugo, que vive nos subterrâneos da estação de trem de Paris. Filho de um relojoeiro, Hugo aprendeu a consertar relógios e sua curiosidade natural o fez aprender a consertar brinquedos e outras máquinas. Depois que seu pai morre, tudo que restou de lembrança foi um boneco, um autômato, que o pai encontrou abandonado em um museu e passou seus últimos dias tentando consertar. O objetivo de Hugo passa a ser consertar o boneco na esperança de vê-lo funcionar outra vez e, quem sabe, ter alguma mensagem do pai. Em meio aos dias sozinhos na estação, ele conhece Isabelle, uma menina apaixonada por livros e pelas infinitas aventuras que eles proporcionam. Juntos, eles conseguirão fazer o boneco funcionar e viverão uma grande aventura.
Apesar de ser um filme infantil, vemos todo o talento de Scorsese ao envolver o público durante os 126 minutos de filme. Dizem que a filha de 12 anos do diretor leu e se encantou pelo livro, o que fez sua esposa perguntá-lo: porque você não faz um filme que a sua filha possa ver? E o resultado é uma história que demonstra amor nos mínimos detalhes e está entre os favoritos ao Oscar de 2012.
Hugo é uma declaração de amor ao poder da imaginação e à capacidade humana de sonhar e realizar sonhos através da arte, seja ela a literatura, seja o cinema. E nessa viagem pela história dos primórdios do cinema, passamos pela magia dos livros, que no filme são passados de mão em mão por um livreiro da estação, sempre em busca de um lar perfeito para eles. Refletimos sobre nossa própria capacidade de sonhar e realizar em nossas vidas aquilo a que viemos destinados a ser e fazer. Como o próprio Hugo diz, uma pessoa que perde o seu propósito na vida é como um brinquedo quebrado. Talvez o nosso propósito seja consertar coisas, talvez seja ajudar pessoas, talvez escrever histórias. O que fica de mais importante no filme é uma linda homenagem à capacidade humana de contar histórias, seja de que modo for.

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